Cerca de 90% de todos os desastres naturais estão relacionados ao tempo, clima e água. O ano de 2005 foi marcado por secas prolongadas em partes da África, partes da Europa e Ásia, Austrália e Brasil. Fortes chuvas, excepcionais em alguns casos, causaram extensiva inundação em várias partes do mundo. Números recordes de furacões devastadores foram observados no Oceano Atlântico. Segundo o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, em inglês), mudanças no comportamento de ciclones vem sendo observadas desde a década de 70: “Há evidências, obtidas com base em observações, de um aumento da atividade intensa dos ciclones tropicais no Atlântico Norte desde cerca de 1970, correlacionado com os aumentos das temperaturas da superfície do mar nos trópicos. Também se sugere um aumento da atividade intensa dos ciclones tropicais em algumas outras regiões, embora com maior preocupação sobre a qualidade dos dados”.
Em 2005, registros apontaram também que o buraco na camada de Ozônio da Antártica foi o terceiro maior registrado após os anos de 2000 e 2003.
Durante 10 anos, do período de 1992 a 2001, os desastres naturais de todo o mundo contabilizaram 622.000 mortes e afetaram 2 bilhões de pessoas. As perdas econômicas dos desastres hidrometeorológicos foram estimadas em 446 bilhões de dólares, responsáveis por 65% das perdas totais. Em 2006 o prejuízo estimado foi de 30 bilhões de dólares. Segundo o Programa de Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas e instituições financeiras privadas (Unep FI), os prejuízos causados por condições extremas do tempo podem ultrapassar a cifra de 1 trilhão de dólares em um único ano até 2040. Na conferência da ONU sobre o clima, realizada no Quênia em novembro de 2006, estimativas de custos relacionados a estiagens, tempestades, furacões e enchentes atingiu o montante recorde de 210 bilhões de dólares em 2005, e a perspectiva é que os prejuízos desse tipo, ligados ao aquecimento global, dobrem a cada 12 anos. | |
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O aquecimento global exerce influência direta nos agentes hidrometeorológicos, sobretudo na força dos furacões, pois a energia térmica do ar e dos oceanos é transformada em energia mecânica, aumentando sua força e seu poder de destruição. Em outras palavras: quanto mais quente estiver o ar e os oceanos, mais fortes serão os furacões.
Se o cenário de mais de 1 trilhão de dólares em prejuízos, em um único ano, parece exagerado, devemos nos lembrar do furacão Katrina, que causou perdas de mais de 120 bilhões de dólares em agosto de 2005 em Nova Orleans, EUA. E isso foi apenas um evento de 12 horas em um local do planeta!
O relatório do IPCC aponta um inquietante futuro: “Com base em uma gama de modelos, é provável que os futuros ciclones tropicais (tufões e furacões) fiquem mais intensos, com maiores picos de velocidade de ventos e mais precipitação forte associados aos aumentos atuais das temperaturas de superfície do mar tropicais. Há menor confiança em projeções de uma redução global dos números de ciclones tropicais. O aumento aparente na proporção de tempestades muito intensas desde 1970 em algumas regiões é muito maior do que o simulado pelos modelos atuais para esse período”.
Diante de perspectivas tão preocupantes, os serviços de previsão do tempo e do clima ganham ainda mais importância. Uma pré-condição fundamental para a prevenção dos desastres é o funcionamento de um bom sistema de avisos, capaz de liberar informação precisa dos riscos para a população de maneira segura e no momento oportuno. Contudo, enquanto os sistemas de avisos antecipados existem para muitos desses perigos, eles precisam ser melhorados e disponibilizados para todos os países, particularmente para aqueles com escassos recursos. O desafio é assegurar que todos os países possam ter os sistemas necessários, a infra-estrutura, a capacidade humana, as estruturas organizacionais e capacidade técnica, para total construção e utilização de sistemas de avisos antecipados. | |
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O Homem certamente cria muitos problemas ao meio ambiente, mas, por outro lado, a humanidade também possui recursos para reparar os erros que comete. Para que isso aconteça é necessário vontade política e investimentos por parte dos governantes. Atualmente é possível, graças ao avanço tecnológico, combater não somente os efeitos dos problemas ambientais e climáticos, mas também suas causas.
NOVA ORLEANS E O FURACÃO KATRINA
Impossível esquecer as imagens de destruição causadas pelo furacão Katrina na cidade de Nova Orleans (EUA), em 2005. O Katrina entrou para a história como um dos mais desrutivos furacões de todos os tempos. Diante deste acontecimento uma questão se levanta: seria possível evitar aquela catástrofe?
É certo que era impossível prever todos os danos causados pelo Katrina, mas muitos deles eram previsíveis. Nova Orleans é cercada por água em três lados (Rio Mississippi, Lago Pontchartrain, e o Golfo do México) e constantemente inundada durante furacões. | |
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Ora, se as previsões climáticas apontam que haverá intensificação de furacões e de seu poder de destruição, era de se esperar que as regiões afetadas por estes fenômenos naturais se preparassem para minimizar o quanto possível seus efeitos destrutivos. Mas não foi isso o que aconteceu em Nova Orleans. Especialistas diziam que a cidade necessitava de investimentos de milhões de dólares para proteção contra inundação e furacões, mas muitos projetos não foram considerados no orçamento presidencial. Estudos mostravam que as áreas pobres eram as mais vulneráveis, pois não contavam com investimentos em prevenção. Contrariamente às necessidades preventivas, de 2001 a 2005 os gastos governamentais em projetos para proteger Nova Orleans de catástrofes caíram drasticamente de 147 milhões de dólares para 82 milhões. Os governos estadual e federal afirmavam não ter dinheiro disponível para investir em prevenção, o que significava deixar a população de Nova Orleans entregue à própria sorte. Ao mesmo tempo em que alegava falta de recursos para programas de prevenção a desastres, o governo federal estadunidense acabava de liberar bilhões de dólares à companhia de aviação United Airlines para socorrê-la nos prejuízos. Foi também durante a catástrofe de Nova Orleans que os custos com a guerra no Iraque chegavam próximos aos 6 bilhões de dólares por mês.
O que esperar de um furacão de nível 4 somado à negligência dos governantes? O resultado disso foram bairros inteiros destruídos, doenças espalhadas por toda parte e mais de 1800 mortos.
Nova Orleans foi um alerta para o que pode acontecer no futuro em várias partes do planeta. Mais do que nunca os países e seus governantes deverão levar a sério as alterações climáticas a fim de evitar tragédias ainda piores, pois toda a tecnologia e recursos finaceiros disponíveis não servirão de nada se não forem utilizados para fins corretos.
salvensi o fim esta prosimo
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